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A caminho da feira!

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“ Perde-se nos tempos a origem das feiras enquanto local onde os povos efetuavam as suas transações e adquiriam bens que necessitavam e não produziam em troca dos seus próprios produtos, dando origem a uma classe de mercadores que passaram a viver exclusivamente dessa atividade. As feiras tiveram, desde sempre, uma elevada importância não apenas devido ao incremento económico como ainda pelo seu contributo na circulação de ideias e do conhecimento de outras culturas. Elas adquiriram um particular relevo durante a  Idade Média   a tal ponto que a sua proteção era mencionada nos forais atribuídos pelos reis, sendo que o mais antigo que se conhece, e referente a uma feira medieval, data de 4 de Março de 1125 e foi doado por D. Teresa à Vila de Ponte de Lima . A par da atividade comercial, decorriam espetáculos de saltimbancos e outros funâmbulos, músicos e toda a panóplia de representações próprias de cada época. As gentes das aldeias e outras povoações em redor constituíam-se em ranchos

Provérbios e Adágios Populares sobre o mês de Janeiro

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A Sabedoria Popular é o resultado de séculos, se não mesmo de milénios, de experiências e saberes adquiridos e transmitidos, quase sempre oralmente, de geração em geração.  Prova disso mesmo são, por exemplo, os Provérbios, Adágios, Rifões, Ditados Populares e Anexins, que existem aos milhares, sobre diversos e variados temas e assuntos. Hoje vamos apresentar alguns Provérbios ou Ditados Populares sobre o mês de  Janeiro . Janeiro é o primeiro mês do ano e é um período que traz consigo provérbios e ditados populares que refletem a sabedoria e as tradições da cultura popular em Portugal. Os provérbios sobre o mês de Janeiro oferecem ensinamentos valiosos e reflexões sobre o início de um novo ciclo, particularmente nas atividades agrícolas. - Seda em Janeiro, ou fantasia ou falta de dinheiro - Janeiro fora, mais uma hora, e quem bem souber contar, hora e meia há-de achar. - Pescada de Janeiro vale por carneiro. - Pelo S. Vicente (dia 22) alça a mão da semente. - Uma inve

Distrito de Vila Real: Gastronomia

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Tal como prometemos no artigo sobre o Artesanato no Distrito de Vila Real , vamos aqui deixar informações sobre alguns aspetos da Gastronomia no Distrito de Vila Real : Delícias de montes e vales "Uma das necessidades básicas do Homem é comer, e quando o faz com arte e engenho, fá-lo da forma mais perfeita, conquistando um lugar de destaque nos marcos da cultura. A geografia e as condições de vida são determinantes nos costumes e práticas culturais transmontanas. Os hábitos alimentares são marcados pelo isolamento a que, durante séculos, Trás-os-Montes se viu confinado, sustentado na inexistência ou precariedade de vias de comunicação, e em duas imponentes barreiras naturais, de respeito – a Serra do Marão e o Rio Douro, outrora tumultuoso, além da zona igualmente montanhosa, ou de relevo acidentado, do nordeste do distrito." (…) Saber mais... Carnes – Fumeiro "Por terras transmontanas, o porco é recurso cimeiro na alimentação do seu povo.  O consumo deste tipo

Refeições tradicionais populares

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“Os nomes portugueses das comidas são: a  parva , o  almoço , a  côdea , chamada também  fatiga  ( fatia ), o  jantar  (pronúncia popular:  jentar ,  jintar ), a  merenda , a  ceia  e o  ceiote  (pronúncia popular:  cióte , verbo  ciotar ). A  parva  consta de pouca comida, como azeitonas com pão e aguardente, e dá-se antes do almoço aos trabalhadores, os quais dizem então que vão  matar o bicho  ( Beira Alta ). O  almoço  é a comida da manhã. A  côdea  é uma pequena refeição entre o almoço e o jantar (Carrazeda de Anciães). O  jantar , nas aldeias, é geralmente à hora do meio-dia. A  merenda  (só há  merendas  desde 25 de Março até 8 de Setembro) é à tarde. A  ceia  é ao anoitecer. O  ceiote  é geralmente à meia-noite, e dá-se aos homens que andam em certos trabalhos, como de lagar, etc. (Tabuaço). Em algumas partes é costume dizer certa oração ao começar a comer. Nos conventos liam-se em voz alta livros espirituais durante a comida […]. O uso de dar graças a Deus no fim do jantar

Valorização do Folclore | Não vender “gato por lebre”!

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No nº 14 da revista “ Panorama ” (Abril de 1943) alguém escreveu, com o título: " Valorização do Folclore ": “A última batalha da nossa campanha deve consistir na valorização turística daquele folclore que está compreendido em cada uma das zonas. O turista, acima de tudo, é um esfomeado de pitoresco, um caçador de coisas diferentes, de novas sensações e visões. Ora, Portugal é um cofre de velhas e coloridas coisas que não são difíceis de trazer à superfície, flauta rústica onde dormem velhos ritmos e melodias e um dos mais sugestivos guarda-roupas da Europa. Medite-se, por exemplo, no interesse turístico mantido pelo Minho através dos trajos sempre frescos das suas raparigas, dos seus grupos de cantadores e de cantadeiras... Vamos, pois, para a valorização do folclore nacional, através de concursos de trajos, arranjo das habitações rústicas, das canções populares etc., etc... Mas cautela, muita cautela com o perigo dos ranchos aperaltados, muito finos, com pandei

No Principado de Andorra, as Janeiras desafiam o inverno

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A tradicional visita das Janeiras pelas ruas do Principado de Andorra vai decorrer a partir do próximo sábado, dia 13 de janeiro, a cargo do Grupo de Folclore Casa de Portugal . A 17ª edição das Janeiras , a cargo do grupo português sediado no Principado de Andorra, tem início com a participação na Eucaristia na Igreja de Santa Eulália de Encamp , celebração dedicada à família. Ao finalizar, o grupo apresenta a todos os presentes um breve repertório do canto de Janeiras. Após a Missa, os elementos seguem para o Restaurante Roc Arnau , administrado por portugueses, que acolhem no seu estabelecimento a tradição portuguesa. Durante três fim-de-semana ( ver cartaz abaixo ), os membros do Grupo vão desafiar as temperaturas negativas e as ruas cobertas de neve para levar a cultura popular portuguesa a estabelecimentos comerciais, lares e igrejas do Principado de Andorra, desejando assim um bom ano e prosperidade a todos os que encontrarem. Após as cerca de vinte visitas programa

Os Pauliteiros de Miranda - Grupo de Folclore

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Pauliteiros de Miranda Os Pauliteiros de Miranda No  planalto mirandês   existem grupos de oito homens que vestem saias e tem paus. Dispensam apresentações. Já todos os conhecem: são os  Pauliteiros de Miranda . Com os saiotes brancos, lenços, os chapéus e os pauliteiros transportam uma tradição que procuram defender com unhas e dentes.  E apesar de já não existirem tantos grupos como antigamente, as letras, os passos e os trajes ainda se mantêm fiéis à origem. Mas o mais óbvio é perguntarmo-nos: de onde vem esta tradição? A origem não está definida. Contudo, há quem defen­da que se trata de uma dança guerreira , que descende de tempos greco-romanos e que os homens foram adaptando e transformando à sua maneira. Segundo este ponto de vista, os paus mais não são do que a substituição do escudo e da espada. É por isso que o pau da mão esquerda defende e o da mão direita ataca. Quanto ao traje, o lenço mais não é do que um adorno, bastante garrido, que varia consoante o hom

Os cavadores na região do Douro

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A cava na região do Douro Os antigos cavadores do Douro eram homens corajosos e habilidosos, que se dedicavam a trabalhar nos montes íngremes e escarpados das encostas do rio Douro , no norte de Portugal. Eles eram responsáveis por cavar a terra, abrir os sulcos e plantar as vinhas nas encostas íngremes, numa das regiões vinícolas mais importantes do país, a Região Demarcada do Douro . Esses homens, conhecidos como cavadores, desafiavam a gravidade e o clima adverso, trabalhando arduamente para criar os terraços necessários para o cultivo da uva. Com enxadas, picaretas e outros instrumentos rudimentares, eles escavavam a terra e quebravam as rochas para abrir caminho para as videiras. O trabalho dos cavadores era extremamente perigoso e exigia muita força física. Eles precisavam ser ágeis e habilidosos para se movimentar nas encostas escorregadias e íngremes, e muitas vezes trabalhavam em condições precárias, enfrentando o perigo de deslizamentos de terra e quedas. Além dis

Superstições e crendices dos nossos avós

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Tradicionalmente, existe todo um universo de crenças, que permanentemente ameaçam as pessoas. Uma das mais temidas é a do " mau-olhado " que leva a toda uma série de sintomas e malefícios.  A " doença " típica provocada pelo mesmo é o " quebranto ", onde o atingido tem perda da vivacidade, olhos lacrimejantes, sonolência entre outros. A cura só se dá através de muita benzedura. Segundo a crença popular, não se deve brincar com a própria sombra, pois pode " trazer doença ", nem contar estrelas, pois faz nascer verrugas também conhecidas por “ cravos ”.  Deve-se evitar ter em casa búzios e caramujos ou barcos em miniatura, pois os mesmos "chamam" males.  Borboletas pretas, mariposas, morcegos e cobras são animais peçonhentos que representam mau agouro, pois foram criados pelo diabo. Se matar gatos traz sete anos de atraso na vida, já uma rapariga que pisa em cima do seu rabo não casa. Estes são apenas alguns exemplos das infin

Tradições do Natal de antigamente

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Preparativos para a Ceia de Natal  Quadro de José de Brito Sobre o Natal… "Eu felicito as crianças da minha terra por este dia de rosas do Natal. Era já tempo de que esse hábito de por ai além se espalhasse entre nós, suspendendo o indigenismo grosseiro. Vê-se que não sou jacobino. A árvore de Natal introduzida entre nós foi um sinal de regeneração de costumes. Nós nem ao menos podemos criar. Tudo o que inventamos é imperfeito. Cumpre que venham o inverno e a criação de um país mais antigo, mais frio, onde se meça o que se faz, como em Londres e se o enfeite de laçarias e de cores vistosas e alegres, como em Paris. (...) O Natal, para Trás-os-Montes, por exemplo, tem o seu encanto rude e grosseiro, enchendo o horizonte estreito dos seus habitantes. Para que previna suspeitas sobre o que digo, comunico que sou transmontano por nascimento, embora de há muito me houvesse filiado a outro meio. Até ao dia de reis tudo adormece, e sonha na folia. Neste dia, as povoaçõe