Medalha contra as trovoadas | Religiosidade popular

Medalha contra as trovoadas

De longa data, a trovoada, no seu imponente ribombar, amedrontou novos e velhos. Para sua defesa, os mais tímidos recorreram a Deus, aos santos, ao sobrenatural e a outras crenças.

A tradição tem, nesta matéria, um papel importante.

E Santa Bárbara também (Santa Bárbara bendita que no céu está inscrita, com um raminho de água-benta, acalmai esta tormenta...) e outros procedimentos, igualmente: o fumo dos raminhos do Domingo de Ramos queimados na hora ou a água-benta, propositadamente recolhida na igreja, na manhã da Aleluia, faziam milagres contra tão temido inimigo.

A peça que hoje divulgamos pertenceu a quem a ela recorria todas as vezes que a trovoada ameaçava. E sempre com bons resultados.

Trata-se de uma medalha de bronze, tendo gravadas, nas duas faces, objetos relacionados com a morte de Cristo.

No anverso: Cristo crucificado; INRI no alto da cruz; o coração do Senhor, a esponja embebida em vinagre, o sudário; do lado esquerdo: lança de S. Jorge contra todos os males, açoite ou azorrague de três cordas, martelo cruzando um arranca-pregos...

No reverso: a pomba do Espírito Santo, verónica (pano onde está pintada ou estampada a imagem do rosto de Cristo), peça de iluminação, escada para a descida da cruz, os três dados com que os soldados jogaram a posse da veste de Cristo, a veste de Jesus, o galo que cantou três vezes antes de Pedro negar a Cristo, coluna onde Jesus foi amarrado, jarro de água e bacia onde Pilatos lavou as mãos.

Colocada na ponta de uma pequena vara, encostada a uma janela da casa, olhando o espaço, cumpria a sua função superior de afastar as trovoadas e proteger os moradores. 

Respeitada medalha, guardada com todo o carinho junto ao coração, a fé e a religiosidade a ela recorriam em momentos de aflição, por saberem ser milagrosa pelo seu superior significado. 

Fonte: Museu de Silgueiros (texto editado e adaptado)

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