Danças do Povo Português, por Tomaz Ribas

 Danças do Povo Português, por Tomaz Ribas

Danças do Povo Português

(…) Todo o homem, seja qual for a sua nacionalidade, deve ter orgulho daquilo que é próprio e típico da sua raça e de sua Nação, pois que só isso caracteriza uma e outra.

Se a vida moderna, que cada vez mais exige os padrões da vida citadina, não nos permite continuar a usar diariamente os trajos regionais, e se o progresso da técnica nos tem tornado a existência mais suave e cómoda, levando-nos a abandonar determinados objetos de uso diário e, portanto, determinados costumes regionais, nem por isso deveremos deixar de conhecer, amar e cultivar algumas expressões que são típicas do povo a que pertencemos tais como

- a música,

- a dança,

- a poesia,

- as artes manuais,

- as lendas,

- a culinária,

- etc.

E se queremos que os outros povos nos prezem e nos amem, um dos caminhos que para tal possuímos é darmo-nos a conhecer através daquilo que é a nossa maneira de ser.

Tal como a música, a poesia e o artesanato populares, as danças são uma das mais fortes e pujantes expressões da alma e do sentimento do povo.

O tempo, na voragem dos séculos e na vertigem do dia-a-dia, tem feito esquecer muitos dos mais expressivos e castiços usos e costumes populares; entre eles, as danças têm sido das mais afetadas.

A rádio e cinema, que felizmente hoje chegam a toda a parte, e as facilidades de comunicações que hoje fazem com que todo o camponês tenha vivido ou visitado as grandes cidades, contribuíram grandemente para que muitas das mais belas danças da gente do povo tenham sido adulteradas, esquecidas e, até, substituídas.

Ao escrevermos este livrinho, em que vamos falar das danças populares portuguesas, apenas desejámos recordar ao povo essas suas danças e pedir-lhe que as não esqueça nem as substitua.

Desejamos ainda dizer-lhe que é tão natural bailar como cantar e, por isso, é natural que nos seus momentos de folguedo e alegria, e nas suas ocasiões de festa baile, cante e dance.

Bailar, como cantar, é sentir em comum e nada poderá unir mais as criaturas humanas do que uma dança bailada em comum e uma canção cantada em comum.

As danças, quando a elas nos entregamos com o coração limpo e espírito são, nada têm de menos digno ou honesto como algumas pessoas pretendem fazer ver.

Não vejamos com sentimentos menos limpos aquilo que em si é puro, e bailemos, pois, com alegria e saúde porque a sã alegria do Homem jamais o poderá tornar vil.

Tomaz Ribas

In “Danças do Povo Português”, Coleção educativa – Série F – Número 8 | 1961 (texto editado e adaptado)

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