O ferro de gaveta (ferro de engomar)
Ferro de gaveta (ferro de engomar) |
O ferro de engomar ou, simplesmente, de passar, tem raízes muito profundas.
Terá nascido na China, lá para o século VIII.
Uma pequena taça ou bacia metálica recebia as brasas; uma pega
permitia segurar e empurrar o aparelho sobre os tecidos, cumprindo a função de
os alisar.
O mais fácil de todos era constituído por uma base de ferro
“triangular” e uma pega do mesmo metal.
Aquecido sobre braseiro, exigia uma pegadeira de pano para
proteção da mão e impunha aquecimentos sucessivos.
Um dos mais frequentes pelo seu bom funcionamento, guardava as
brasas no seu interior e dispunha de uma abertura em baixo e uma espécie de
chaminé, em cima, criando-se, deste modo, uma movimentação do ar, que favorecia
a combustão e a manutenção do ferro aceso e em bom funcionamento durante mais tempo.
O ferro a álcool também foi utilizado, embora por famílias mais
abastadas dado o superior custo do combustível. Utilizado apenas em momentos
especiais, servia, adequadamente, durante as viagens.
O exemplar que hoje trazemos a público é constituído por uma
pequena “caixa” de latão onde, no seu interior recebe uma cunha de ferro
fundido, fechada por uma porta de guilhotina acionada por um pequeno gancho
vertical.
Aquecida a cunha, metida dentro com ajuda de uma tenaz, fechada a
porta e eis o ferro pronto para o serviço.
Quem dispusesse de duas cunhas iguais poderia realizar o seu
trabalho sem interrupção, pois, enquanto uma arrefecia, a outra ia aquecendo.
Bastava trocá-las no momento adequado e continuar passando.
Fonte: Museu de Silgueiros (texto editado)