O arrolhador de garrafas na região dos Vinhos do Dão
 |
O arrolhador de garrafas |
A RegiãoDemarcada dos Vinhos do Dão foi, em data não conhecida do ano de 1908, a
primeira região demarcada de vinhos de mesa criada em Portugal.
Situada no
coração do país, aqui se produziram dos melhores vinhos, hoje dos melhores
do mundo, agora que os produtores puserem a ciência ao serviço da sua causa,
com total sucesso.
Todavia, no
passado, a tradição comandou procedimentos de séculos tanto na vinha, como nos
lagares, como na adega.
Da produção até
ao consumo o transporte do precioso néctar fazia-se através dos carros de bois
em pipas de cerca de 500 litros ou de outros pequenos pipos.
O
engarrafamento não era objetivo principal dos produtores, mas alguns, sobretudo
os das casas mais importantes, faziam reservas de garrafas de colheitas de anos
especiais destinadas a consumo em dias significativos, a obsequiar amigos onde
se incluía o médico que salvara pessoa de família daquela perigosa pneumonia
que, ao tempo, não se curava em menos de três meses.
Arrolhar a
garrafa exigia aparelho próprio que facilitasse a função e rolhas de qualidade
que garantissem vida saudável dentro do recipiente.
O arrolhador
variava segundo a sua capacidade para o trabalho, havendo-os de grande alavanca
para maiores produções, mais modestos, mas com bastante beleza como o que apresentamos
hoje, para produções médias, e mais simples, de madeira, constituídos por um
canudo com uma entrada ao meio para receber a rolha e um êmbolo que a colocava
no seu lugar.
A que distância
se encontram hoje os produtores do vinho da Região do Dão, não
esquecendo os da Sub-Região de Silgueiros, no seu tratamento dos mil pormenores
com que distinguem as preciosidades que distribuem pelos quatro cantos do
mundo!
Fonte: Museu de Silgueiros (texto editado e adaptado)
