Porta-mensagens
Vem de muito longe a necessidade de comunicar à distância, às
vezes, mesmo, a grandes distâncias.
Fazê-lo através do som de tambores ou de fogueiras situadas no
alto de montes fronteiros era procedimento antigo.
Na guerra, os comandantes serviam-se de mensageiros a cavalo ou a
pé no caso de comunicação secreta, para atingir os seus objetivos.
No tempo dos Descobrimentos, os responsáveis pelas
expedições, não poucas vezes, a meio do caminho, fizeram regressar navios a
Portugal com mensagens importantes para conhecimento de sua majestade.
Após a criação dos correios, notícias diárias foram possíveis,
levadas a todo o lado, pelas mais diferenciadas necessidades.
Os enamorados, então, manifestavam os seus sentimentos amorosos
através de cartas chamadas de pedido de namoro que, a ser aceite, abria caminho
a mensagens postais, se a distância o justificava, ou a mensagens remetidas
através de mensageiros locais ou a encontros pessoais bem mais desejados e
agradáveis.
Em alguns casos, verdadeiramente especiais como o daquele menino
de doze anos que até ganhou uma “bola de borracha”, em tempo de bolas
trapeiras, por levar ao posto de correios mais próximo, aos sábados e domingos,
a carta que havia de cumprir a obrigação de, todos os dias, incluindo os de
fins-de-semana, chegar ao outro lado, onde era esperada em serviços análogos,
abertos propositadamente para receber a correspondência transportada pelo
condutor da mala organizada na “ambulância” do comboio do correio.
A peça de hoje, de madeira, constituída por duas partes – a
inferior e a tampa – servia para transportar, em mão, mensagens importantes, independentemente
da sua natureza.
Fonte: Museu de Silgueiros (texto editado)