ABC do Folclore – Manual de Iniciação (3)

"No campo"

(«Cliché» de Homero Câncio, Alhandra)

Com a leitura dos dois textos anteriores, ficou a saber “o que é folclore”, mas agora tem que saber a data em que o mesmo se fixou para evitar ser deturpado por outros valores.

Vai ouvir muitas pessoas para comparar, sendo que tudo o que recolher tem que ser da mesma época.

Entretanto o que deve ser um “grupo de folclore”?

Digamos que um “museu vivo” dos tempos de antigamente, quando as comunidades eram a expressão do tradicional.

Sem que haja uma data certa para todas as regiões, penso eu que o folclore deixou de evoluir como tal entre finais do século XIX, início do século XX, indo até mais ou menos aos anos 20/30 - conforme a chegada do progresso.

Escolhido então o período que se pretende abranger, as primeiras questões que se nos colocam é saber como vestiam, o que cantavam, o que bailavam e como o faziam - o que depois vai estar interligado com muitas outras questões.

Mas atenção que o “Folclore” não é apenas o trajo, o “cantar” e o “bailar” mas todas as vivências do povo nesse tempo.

Trajos

Há que saber o que vestiam, tanto o homem como a mulher, de semana e ao domingo, festas e romarias, casamentos, no trabalho, nas diversas circunstâncias.

O que tem a ver como o modelo da peça e o respectivo tecido.

Cantigas

A letra e a melodia, que hoje é possível gravar e passar a “pauta ”para que se mantenha sem alterações.

Modas/Peças

Ver qual a coreografia que se usava.

Nota final

Tem que haver rigor.

Claro que as recolhas não nos dão o “puro” ou o “genuíno” como alguns afirmam.

Mas o “mais representativo possível”, não pode haver qualquer alteração, só porque fica mais bonito, só porque o ensaiador assim entende.

Como compreenderão, não podemos aqui entrar no pormenor.

Quanto aos trajos que vão/ou estão a usar, há quem escolha, por exemplo, só o domingueiro.

Claro que respeito a ideia, porque quem manda no grupo é o próprio grupo, mas eu considero que deve haver a maior variedade possível de trajos pois só assim ali estará a imagem do povo.

Lino Mendes

Imagem: "Ilustração Portuguesa", nº724 - 5 de Janeiro de 1920

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