As nossas redes de pesca | "Ninguém vê o que tem junto de si..."
As nossas redes de pesca Haverá quem pense, vendo as fotografias que reproduzimos (…): - « O assunto é fotogénico, mas monótono. As redes de pesca são todas iguais... » Esta mesma impressão pode, aliás, colhê-la quem as vê, ao longo das praias do nosso litoral ou das margens dos nossos rios - estendidas ou penduradas, à transparência da água ou entre as mãos dos pescadores. As redes parecem todas iguais... Mas, não terá permanente atualidade a célebre frase de Demócrito : - « Ninguém vê o que tem junto de si e todos querem esquadrinhar os espaços celestes »? Há um livro - pelo menos - que nos responde, nesta circunstância, afirmativamente: um in-folio de mais de quinhentas páginas, das quais cerca de cem tratam, apenas, das nossas redes. Essa obra, editada pela Imprensa Nacional em 1892, intitula-se « Estado atual das pescas em Portugal » e foi seu autor o oficial de Marinha Baldaque da Silva . Para alguns economistas e etnógrafos não serão estranhos estes nomes....