Cinantrop - Festival Internacional de Cinema Etnográfico em Ourém
O Município de Ourém recebe nos
dias 19 e 20 de julho, o Cinantrop -
Festival Internacional de Cinema Etnográfico. Este festival, com sessões a
decorrer no Museu Municipal (Casa do Administrador e Torreão do Castelo, na Vila Medieval de Ourém),
estimula a exibição pública de curtas-metragens originais e visa
contribuir para a preservação e divulgação da identidade das comunidades, com vídeos de interesse etnográfico.
O Cinantrop chega a Ourém depois
de passagens por Leiria e Lisboa e pretende promover temas relacionados com a
identidade cultural do concelho. Serão exibidas curtas-metragens, em película
ou vídeo, submetidas a concurso e avaliadas por um júri. As curtas-metragens
apresentadas a concurso passam a fazer parte do arquivo audiovisual do
município, possibilitando a sua utilização para fins educativos e de
sensibilização sobre o património material e imaterial.
O programa do festival tem início
ás 15h00 de sábado (19 de julho) na Casa do Administrador, com a exibição de
várias curtas-metragens que viajam por Guiné-Bissau, Moçambique, Espanha,
Sahara Ocidental e Brasil. Destaque para a estreia europeia de "A vida que a gente só ouve falar" de Júlia Tami e de
documentários sobre o concelho: “Pelos cantos de Ourém” (21h30), o retrato de um casal de
agricultores residente em Lagoa do Furadouro com realização de Pedro Marques,
Rui Gaspar e Telmo Soares e “Contra cena”,
a visão de Marco Maurício sobre o mundo do teatro após acompanhar durante um
ano o percurso de uma companhia amadora (Grupo de Teatro Apollo – Peras Ruivas,
Ourém).
No domingo, a ação passa para o Torreão do Castelo de Ourém que recebe a partir das 15h00 uma curta-metragem passada em Angola e outras cinco sobre diferentes realidades portuguesas. O festival termina com outra exibição oureense: “Ser um Peorth” da autoria de Pedro Dias Reis.
No domingo, a ação passa para o Torreão do Castelo de Ourém que recebe a partir das 15h00 uma curta-metragem passada em Angola e outras cinco sobre diferentes realidades portuguesas. O festival termina com outra exibição oureense: “Ser um Peorth” da autoria de Pedro Dias Reis.
PROGRAMA CINANTROP
Festival Internacional De Cinema Etnográfico
Ourém
SÁBADO
Casa do Administrador – Museu Municipal de Ourém
15h00 – “Kora”
Portugal/Guiné-Bissau, 70 min.
Realização: Jorge Carvalho
Na ficha de catalogação do Museu Nacional de
Etnologia de Lisboa resume-se o invulgar objeto mas não se faz ouvir o seu som
e toda a história, misticismo, querelas geográficas e percurso etnográfico de
um dos mais importantes instrumentos musicais da África Ocidental. O kora é tão
importante para esta região africana quanto desconhecido por nós, ocidentais. E
enquanto um dos mais importantes repositórios destas culturas, a sua
importância continua a ser transmitida pela oralidade, pela palavra do djidiu.
Motivo de orgulho de nações que nasceram de tribos
sem fronteiras, existem discrepâncias sobre a origem deste instrumento, com os
diferentes países a reclamarem-no como seu. Mas é durante o apogeu do Reino de
Kaabú que muitas das lendas sobre a invenção do kora se cruzam. E Kansala, a
cidade berço deste imponente reino, localizava-se numa área que atualmente
pertence à Guiné-Bissau.
16h10 – “Uma vida mais simples”
Portugal/Moçambique, 39 min.
Realização: Inês Alves
Uma Vida Mais Simples é a vida de uma família em
África contada a partir dos filmes em 8mm que o avô da realizadora fez em
Moçambique e na África do Sul entre 1954 e 1978; enquanto as imagens passam, os
avós recordam aqueles momentos e as muitas histórias que eles encerram.
17h00 – “Western Sahara”
Espanha/Sahara ocidental, 45 min.
Realização: Colectivo Left Hand Rotation
“Western: Sahara” documenta o processo de produção
de um trabalho audiovisual participativo nos acampamentos de refugiados
saharauis em Tinduf (Argélia). Partindo da elaboração de um trailer como peça
de difusão mediática, os participantes imaginam um filme western sobre a
criação do estado saharaui.
17h45 – “A vida que a gente só ouve falar” (ESTREIA
EUROPEIA)
Brasil, 21 min
Realização: Júlia Tami Sioneide e António não sabem
ler nem escrever. A ex-vereadora e o zelador de uma escola transformam a
percepção da linguagem, quando o saber depende de ouvir. De Manari, em
Pernambuco, a Franco da Rocha, em São Paulo, ouvimos histórias que nunca foram
escritas. Narrativa sensorial sobre linguagem escrita e comunicabilidade no
espaço urbano. Locais pacatos e o universo da oralidade contrastam com a dinâmica
de grandes cidades, onde há um fluxo intenso de informações. O filme investiga
a vida de quem transita entre os dois mundos e a maneira como se dão a comunicação
e as relações das personagens com a sua própria língua. Registos pessoais e
subjetivos relativizam a linguagem, a grafia, e a convivência do indivíduo neste
universo.
18h10 – “Xilunguine”
Moçambique, 30 min.
Realização: Inadelso Cossa
Há muitas gerações que os Tsongas, em Moçambique,
têm migrado das suas terras de origem para a capital, a que chamam Xilunguine.
Muitos pastores abandonaram os seus rebanhos para se instalarem na grande
cidade e com eles trouxeram a sua língua, as suas crenças e os seus costumes
para a nova terra que amanhã será a dos seus filhos e netos.
21h30 – “Pelos cantos de Ourém”
Portugal, 8 min.
Realização: Pedro Marques, Rui Gaspar e Telmo
Soares
Na freguesia Lagoa do Furadouro, concelho de Ourém,
vive um casal de agricultores juntamente com os seus dois filhos. Estes
dedicam-se ao trabalho no campo e à criação de gado como principal sustento
familiar.
A mãe fala-nos da sua paixão pela vida que leva no
campo, mas também das dificuldades que esta acarreta.
21h40 – “Contra cena”
Portugal, 2h00
Realização: Marco Maurício
O mundo do teatro, quando se apagam as luzes e
atrás da cortina. Acompanha-se, durante um ano, o percurso de uma companhia
amadora, aqui se revelam as relações individuais entre as pessoas que o
compõem, o que os impele e o que os motiva. Num cenário em que cada vez menos
se investe na cultura, são estas as pessoas que mantêm a chama acesa.
DOMINGO
Torreão do Castelo de Ourém – Vila Medieval
15h00 – “De Angola à contracosta”
Angola, 100 min.
Realização: Álvaro Romão
Às 9 horas da manhã do dia 6 de janeiro de 1884,
Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens embarcam a bordo do vapor S. Tomé e dão início
à última das grandes aventuras de Portugal. Como destino, Luanda. Como
objetivo, ligar, por terra, as províncias de Angola e Moçambique.
A expedição de Capelo e Ivens vivida e contada, nos
dias de hoje, “in loco”, pelo ilustrador João Catarino.
17h00 – “Pastor Polis”
Portugal, 12 min.
Realização: Joaquim Dâmaso e Manuel Leiria
"Pastor Polis" é um dia na vida de
António Neves, o pastor que quotidianamente passeia o seu rebanho no percurso que mudou o rosto
de Leiria e revolucionou a vida e os hábitos da cidade e dos seus habitantes.
Vencedor do Prémio António Campos 2014 - Município
de Leiria
17h15 – “Morcela de arroz”
Portugal. 12 min.
Realização: Ricardo Portela e Sofia Mota
Vencedor do Prémio António Campos 2014 - Município
da Batalha
17h30 – “Lugar da Quinta Nova”
Portugal, 9 min.
Realização: Bruno Carnide
Um casal habita o lugar da Quinta Nova (na concelho
da Batalha, Portugal) há mais de três décadas. Os filhos cresceram e saíram de
casa. Marido e mulher vivem, agora, sozinhos, com os seus animais domésticos,
ocupando o tempo na agricultura, cozinha e artesanato. Uma visita à rotina de
duas pessoas, que mantêm viva a memória das tradições.
17h40 – “Doces do reguengo do Fetal”
Realização: Rancho Folclórico do Reguengo do Fetal
Portugal, 10 min.
Vencedor do Grande prémio António Campos 2014
17h50 – “Cura”
Portugal, 12 min.
Realização: Pedro Alves
Desde sempre que o Homem tenta contornar as doenças
que o atormentam. O recurso a métodos de cura pouco científicos vem de longe e
perdura sobretudo nas aldeias de Portugal.
18h00 – “Ser um Peorth”
Portugal, 40 min.
Realização
Pedro Dias Reis