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Distrito de Vila Real: Artesanato

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Alguns dos últimos conteúdos disponibilizados no Portal do Folclore Português foram sobre o Artesanato do distrito de Vila Real : Tecelagem “ O Bragal ” – tecido de puro linho , nasce de um ciclo trabalhoso, a que ainda é possível assistir em alguns pontos do distrito de Vila Real. Entre Abril e Maio, a semente – a linhaça – é lançada à terra, cuja preparação para a receber exige inúmeros cuidados – vessada .  São necessárias as regas certas e muito saber, não vá o tempo pregar   alguma.  (...) Olaria Olaria diz-se da arte de oleiro que é relativa a “panelas”, de barro. Para o povo transmontano, a Olaria passa, não só, pela componente decorativa, como também se afirma como utilitária, exprimindo-se em formas simples e funcionais. Faça-se especial destaque para a “ louça preta de Bisalhães ”, pertencente ao concelho de Vila Real, datando as primeiras peças de 1722. (...) Cestaria O cesteiro e o cesto são figuras habituais em qualquer contexto rural.  Em tempos em que os ma

Trajes tradicionais femininos da Madeira (1910)

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Funchal - Tipos populares Trajes tradicionais femininos da Madeira “O trajo da camponesa é muito típico, quando aparece nas festas. Na cabeça uma carapuça, saia curta de lã encarnada, com listas verticais de cores; capa de meia cintura, azul-escura, debruada de largas fitas de renda da mesma cor, posta sobre o ombro esquerdo e passando por de baixo do braço direito, indo encontrar-se as duas extremidades um pouco abaixo do peito, descobrindo uma branca camisa de linho, abotoada por grandes botões de oiro, com numerosas pregas e caindo sobre as franjas de um colete de cores, sobre o qual assentam grossos grilhões de oiro. Usam botas brancas de canhas, debruadas com uma lista vermelha.  A meia é branca e vê-se quase até ao joelho, por ser uma saia curta." Saber mais Texto: “Etnografia Portuguesa” – Livro III – José Leite de Vasconcelos | Imagem: "Brasil-Portugal", nº277 - 1910 Sugestões: Em defesa dos Trajos Regionais e Tradicionais Trajos tradicionais: peças,

Trás-os-Montes - Vinhos e comidas: uma culinária trasmontana suculenta e vigorosa

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«A culinária trasmontana é suculenta e vigorosa.  É o tradicional cabrito assado com o arroz no forno; é o complexo cozido-à-portuguesa, em que entra tudo: o naco de presunto, o salpicão, a galinha, o toucinho, a farinheira, a par dos mais tenros mimos da horta, desde a couve-flor ao alvo repolho.  Noutras ocasiões, nas quadras do frio, aparece a formidanda travessa das alheiras , rodeadas de batatas alouradas e dos complementares montículos de grelos.  A luta contra o frio, aí, faz-se por esses antigos processos de aquecimento central.  Para cortar as gorduras, recorre-se a outro complemento: são os bons vinhos, límpidos e fortes (de 12 a 13 graus), que se colhem nos socalcos do Corgo , do Pinhão ou do Tua .  São vinhos inimitáveis, que, em silêncio, se riem filosoficamente de todos os chamados vinhos da Califórnia. Em regra, no final do bom repasto trasmontano, aparece uma pequena tigela de marmelada, de fórmula conventual ou caseira.  É um mimo que fica ao lado do cálice do velh

Contradança (Origem da palavra)

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"Parece que a etimologia deste vocábulo está naturalmente indicada, desde que a contradança é formada de pares dispostos em alas que dançam uns contra os outros. É, contudo, outra a origem. A contradança é de procedência inglesa, onde a princípio era usada exclusivamente pela população rural. Daí veio a denominação de contry danse (dança camponesa) donde nasceu a palavra contradança ." (1) O Dr. Carlos Gomes, num artigo intitulado “ Origem da contradança! ” afirma que: “Uma das danças que se tornou característica em Portugal e é interpretada por numerosos grupos folclóricos é aquela que se designa por contradança . Trata-se de uma dança ou, para falar com mais propriedade, uma mistura de várias danças com melodias diversas, obedecendo os seus executantes à voz de um mandador, qual “baile mandado” que de algum modo nos faz lembrar a tradicional dança algarvia com aquele nome. Tendo dado origem às quadrilhas, foi a contradança uma dança muito apreciada nos b

Armando Leça, um compositor nacionalista

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Armando Leça (9.08.1893 - 20.01.1977) « Armando Leça, inspiração musical puríssima, que Lisboa e Porto já conhecem e que em Leça da Palmeira se esconde, na prática de seus estudos, no recolhimento contemplativo da sua Arte, modelada nas tendências na época, cheia de harmonias deliciosíssimas, de colorido, de doçura, de melodia, de lirismo, é para nós, que religiosamente o ouvimos, e para todos que o rodeiam, o poeta da música, ténue e sereno, impregnado de nacionalismo e de regionalismo, não abastardando o sentimento na tentação das escolas deformadas, nem sacrificando o carácter puríssimo da sua obra, já extensa, a popularidade, a celebridade falsa do seu tempo .» Norb. de Araújo. Armando Leça foi dos nossos compositores, um dos primeiros que se arreigou à realização da " Canção Portuguesa ". Outros, logo se apressaram na publicação das suas canções. Armando Leça ocultou-se, pondo-se então a jornadear ao longo do seu país; escutando o melodismo da sua raça; apreend

Mês de Maio, quando nascem as cerejas!

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Estamos no  mês de Maio , cuja designação deriva do latim Marius , o 3º mês do ano do calendário romano de Rómulo, já então com 31 dias.  Com a reforma de Numa Pompílio passou a 5º mês do ano com 30 dias, lugar que conservou até hoje. Júlio César restituiu-lhe o dia retirado. No primeiro dia deste mês celebra-se o  Dia Mundial do Trabalhador  e, neste ano (2022), também se celebra, em Portugal, o  Dia da Mãe (" Coisas que as nossas Mães diziam e faziam! ") Mas, ao longo deste mês, há muitas outras  datas para celebrar e efemérides para recordar… Um dos usos e costumes deste mês tem a ver com o enfeitar as janelas e as portas das casas com as giestas floridas: é tempo dos  Maios e as Maias .» O  Calendário Agrícola  lembra-nos que durante o mês de Maio : « Enxofram-se as roseiras, por causa do oídio, e mondam-se os botões para obter flores mais perfeitas. Combate-se o piolho das roseiras e doutras plantas de jardins, com insecticidas de contacto. Neste mês ex

Festival Nacional de Folclore do Senhor da Pedra

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Vai realizar-se no próximo dia 3 de junho, com início às 17 horas, Festival Nacional de Folclore do Senhor da Pedra. Esta iniciativa, promovida pelo Rancho Regional de Gulpilhares e Confraria do Senhor da Pedra, com o apoio de diversas entidades e instituições, vai realizar-se na Alameda do Senhor da Pedra, e conta com a participação dos seguintes Grupos: - Grupo Folclórico "Os Camponeses de Vila Nova - Cernache - Coimbra" - Beira Litoral - Rancho Folclórico do Grupo Cultural "Os Medroenses" - Medrões - Santa Marta de Penaguão - Trás-os-Montes e Alto Douro - Rancho Regional de Gulpilhares - Gulpilhares - Vila Nova de Gaia ***** Lenda do Senhor da Pedra "Corre em Gulpilhares a lenda de que os seus habitantes, há séculos, quando pretenderam construir uma ermida ao Senhor da Pedra no terreiro conhecido por arraial, viram aparecer sobre os rochedos junto ao mar uma luzinha, quando estavam ocupados já no levantamento das paredes. Aquela luz misterio

42º Festival Nacional "Cidade de Lisboa"

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Vai realizar-se no próximo dia 14 de maio, domingo, com início às 15h30, o 42º Festival Nacional de Folclore "Cidade de Lisboa" , promovido pelo Grupo Etnográfico Danças e Cantares do Minho - Alto Minho . Esta iniciativa vai ter lugar no Palácio Baldaya , situado na Estrada de Benfica (frente à igreja de Benfica), e tem entrada gratuita. Vão participar no evento os seguintes Grupos : - Grupo Etnográfico Danças e Cantares do Minho - Alto Minho - Rancho Folclórico Luz dos Candeeiros - Porto de Mós - Alta Estremadura - Rancho Folclórico "Os Moliceiros de Ovar" - Ovar - Beira Litoral Vareira - Rancho Folclórico do C. B. M. de Santo Varão - Montemor-o-Velho - Beira Litoral - Rancho Folclórico da Fajarda - Coruche - Ribatejo Com o apoio de diversas entidades e instituições. Sugestões: Danças populares portuguesas tradicionais Danças do Povo Português, por Tomaz Ribas Organização de Encontros, Mostras ou Festivais de Folclore

Aspetos e canções da apanha da azeitona em Borba

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"As varejadoras depois do trabalho" "Ilustração Portuguesa", nº354 - 1912 Em Braga e Viana do Castelo decorreu, entre os dias 22 a 25 de Junho de 1956, o I Congresso de Etnografia e Folclore , promovido e organizado pela Câmara Municipal de Braga. Um dos assuntos, apresentado por Prof. Doutor Fernando Castelo-Branco , teve como título “ Aspetos e canções da apanha da azeitona em Borba ”: “Descrição dos aspetos mais característicos da apanha da azeitona no concelho de Borba , seguida da análise das poesias que os trabalhadores cantam, enquanto realizam essa tarefa, buscando determinar as suas principais tendências, marcar as atitudes psicológicas mais típicas e estudar algumas questões que elas suscitam. Um apêndice à comunicação contém 300 quadras recolhidas pelo autor durante a apanha da azeitona do ano de 1946.” In “ Guia oficial do I Congresso de Etnografia e Folclore ” | Imagem meramente ilustrativa Para conhecer outros assuntos discutidos no I Cong

As nossas redes de pesca | "Ninguém vê o que tem junto de si..."

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As nossas redes de pesca Haverá quem pense, vendo as fotografias que reproduzimos (…): - « O assunto é fotogénico, mas monótono. As redes de pesca são todas iguais... » Esta mesma impressão pode, aliás, colhê-la quem as vê, ao longo das praias do nosso litoral ou das margens dos nossos rios - estendidas ou penduradas, à transparência da água ou entre as mãos dos pescadores.  As redes parecem todas iguais... Mas, não terá permanente atualidade a célebre frase de Demócrito : - « Ninguém vê o que tem junto de si e todos querem esquadrinhar os espaços celestes »? Há um livro - pelo menos - que nos responde, nesta circunstância, afirmativamente: um in-folio de mais de quinhentas páginas, das quais cerca de cem tratam, apenas, das nossas redes. Essa obra, editada pela Imprensa Nacional em 1892, intitula-se « Estado atual das pescas em Portugal » e foi seu autor o oficial de Marinha Baldaque da Silva . Para alguns economistas e etnógrafos não serão estranhos estes nomes.  Mas