Entrudo ou Carnaval e tradições populares



Neste ano de 2013, vamos celebrar o Entrudo a partir do próximo dia 10 (Domingo) até ao dia 12 de Fevereiro (Terça-feira Gorda). 

E é assim mesmo: em Portugal devemos celebrar o Entrudo, pois o Carnaval celebra-se no Brasil, em Veneza, pelo mundo fora. 

Mas em Portugal o Entrudo é que é (apesar dos Desfiles ou Corsos Carnavalescos made in Brasil que teimam em impor-se de Norte a Sul do país)!

Basta darmos um salto até Lindoso, Ponte da Barca, para podemos celebrar o Entrudo do Pai Velho (tradição ancestral que repesca as raízes do verdadeiro Carnaval Português). 

Em Podence (Macedo de Cavaleiros) podemos festejar o Entrudo Chocalheiro ou Festa dos Caretos, e em Lazarim (Lamego) podemos festejar o Entrudo dos Compadres, com os respetivos Caretos.

Também na Madeira e nos Açores o Entrudo pode ser festejado de acordo com as tradições populares locais, mais ou menos ancestrais.

Há quem afirme que os covilhetes e os pastéis de toucinho (às vezes impropriamente chamados de toucinho-do-céu), característicos de Vila Real, eram consumidos no convento de Santa Clara (que existiu no espaço do atual Seminário e onde terão sido inventados) na 5ª feira gorda (a seguir ao Carnaval, entre a Quarta-feira de Cinzas e a 1ª Sexta-feira da Quaresma).

O Entrudo, em especial o Domingo Gordo, era e ainda é a ocasião propícia a comer o bucho raiano (Beira Alta), sendo da tradição que a família se reúna em convívio para o saborear.

No seu artigo de opinião intitulado “A magia do Carnaval”, o Dr. Carlos Gomes afirma que “O termo Carnaval provém do latim "carpem levare" que significa "adeus carne" ou "retirar a carne" ou ainda estar associado a curru navalis que consistia num carro de rodas marítimo que saía para o mar e significava o retorno à pesca com a chegada da Primavera.”

O Sr. Lino Mendes conta-nos que em Montargil

«Pelo Carnaval também era apresentado o Batuque e a Dança do Mastro. Esta, seria posteriormente apresentada, décadas depois, pelo “Café Arado” e uma ou duas vezes pela Ti Maria, de Vale de Vilão.

Nos campos trabalhava-se até Domingo Gordo, na véspera do qual o pessoal regressava a casa. 

Era talvez a época mais festejada de então, em especial no campo onde todos os dias se bailava e cada casa estava sempre com a mesa posta para receber os amigos. 

Então, no Domingo Gordo, os pastores e os ajudas que todo o ano viviam na charneca vinham então à vila, e para de regresso fazerem a festa, compravam bichas, bombas e serpentinas.» 


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