Miguel Torga , no seu texto intitulado “ Reino Maravilhoso ”, e referindo-se a Camilo Castelo Branco (que viveu parte da sua adolescência nos concelhos de Vila Real e de Ribeira de pena), escreve o seguinte: « Que diz o senhor Varatojo!? O Camilo! O Camilo levou mas foi uma grande coça na Senhora da Azinheira, outra na Senhora da Saúde, outra na Senhora dos Remédios… Fazia-se fino! » Também na região de Trás-os-Montes e Alto Douro (o tal “ Reino Maravilhoso ” de Miguel Torga) há muitas e famosas Festas e Romarias Populares . É certo que cada um gosta mais (ou acha mais importante) esta ou aquela Romaria ou Festa Popular, pelo que as que vão ser aqui apresentadas são apenas algumas das que não nos podemos esquecer ao longo do ano: - As Festas em honra de S. Sebastião Todos os anos, no dia 20 de Janeiro , realizam-se, em diversas localidades dos concelhos de Boticas (por ex. em Alturas do Barroso , Cerdedo, Vila Grande – Dornelas e Viveiro - São Salvador do Viveiro) e de Montal
Tal como dissemos no post anterior, vamos aqui fazer breve referências a algumas das Festas e Romarias que se realizam no Norte de Portugal , mas concretamente na antiga Província do Minho . No Minho, existem, em quase todos os concelhos, Festas e Romarias conhecidas um pouco por todo o país e algumas mesmo no estrangeiro. A “rainha” de todas elas é, sem dúvida, a Romaria da Senhora da Agonia , tendo o conde de Aurora afirmado, em 1929, que ela era «a Festa Nacional do Minho ». O culto da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo , remonta ao século XVIII. A primeira referência escrita data de 1744, sendo de 1773 a tela votiva mais antiga. A capela onde está guardada a imagem domina o Campo da Agonia, coração dos festejos e local da realização da feira semanal (às Sextas-feiras). Em Monção , na Praça de Deuladeu, e após a procissão do Corpo de Deus, realiza-se a Festa da Coca : trata-se de uma representação da luta do Bem (um cavaleiro cristão) contra o Mal (um monstro ou dragão
Tal como prometemos no artigo sobre o Artesanato no Distrito de Vila Real , vamos aqui deixar informações sobre alguns aspetos da Gastronomia no Distrito de Vila Real : Delícias de montes e vales "Uma das necessidades básicas do Homem é comer, e quando o faz com arte e engenho, fá-lo da forma mais perfeita, conquistando um lugar de destaque nos marcos da cultura. A geografia e as condições de vida são determinantes nos costumes e práticas culturais transmontanas. Os hábitos alimentares são marcados pelo isolamento a que, durante séculos, Trás-os-Montes se viu confinado, sustentado na inexistência ou precariedade de vias de comunicação, e em duas imponentes barreiras naturais, de respeito – a Serra do Marão e o Rio Douro, outrora tumultuoso, além da zona igualmente montanhosa, ou de relevo acidentado, do nordeste do distrito." (…) Saber mais... Carnes – Fumeiro "Por terras transmontanas, o porco é recurso cimeiro na alimentação do seu povo. O consumo deste tipo
«Puxando a rede» A Sabedoria Popular é o resultado de séculos, se não mesmo de milénios, de experiências e saberes adquiridos e transmitidos, quase sempre oralmente, de geração em geração. Prova disso mesmo são, por exemplo, os Provérbios, Adágios, Rifões, Ditados Populares e Anexins , que existem aos milhares, sobre diversos e variados temas e assuntos. Hoje vamos apresentar alguns Provérbios ou Ditados Populares sobre o mês de Fevereiro : » Ao Fevereiro e ao rapaz perdoa-se quanto faz, desde que o Fevereiro não seja varão, nem o rapaz ladrão. » Aveia de Fevereiro, enche o celeiro. » Bons dias em Janeiro vêm a pagar em Fevereiro. » Dia de S. Brás, a cegonha verás e, se não a vires, o Inverno vem atrás. » Em chegando o S. Brás (dia 3), verás o que o Inverno fez e o que o Inverno faz: se vai para diante ou se fica para trás. » Em dia de S. Matias (24) começam as enxertias. » Em Fevereiro chuva, em Agosto uva. » Em Fevereiro neve e frio, é de esperar ardor no estio.
“(...) por « danças populares portuguesas » queremos designar as « danças populares portuguesas tradicionais », as quais englobam três categorias: as « danças folclóricas », as « danças populares propriamente ditas » e as « danças popularizadas ». Procurar determinar e designar as mais arcaicas danças populares portuguesas é, obviamente, estultícia, até porque é impossível fazê-lo. Dado que a dança é uma atividade e uma função tão velhas como a própria Humanidade, poderemos dizer que na Península Ibérica se baila desde que nela surgem seres humanos, autóctones ou vindos de qualquer outra região da Terra .” (1) Danças Tradicionais de Trás-os-Montes Vinte e cinco. Um dos «llaços» ou figuras da *Dança dos Paulitos. Começa por uma espécie de apelo do bombo, destinado a congregar os bailadores, os pauliteiros (em número de dezasseis), seguido da dança, executada instrumentalmente por gaita de foles, tamboril, bombo e castanholas, a que vem juntar-se o som seco da percussão
» É próprio do mês de Abril, as águas serem às mil. » Em Abril queima a velha o carro e o carril. » Vinha que rebenta em Abril, dá pouco vinho para o barril. » A água que no Verão há-de regar, em Abril há-de ficar. » Quem em Abril não varre a eira e em Maio não racha a leira, anda todo o ano em canseira. » Inverno de Março e seca de Abril, deixam o lavrador a pedir. » No princípio ou no fim, Abril costuma ser ruim. » Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado. » Manhãs de Abril, boas de andar e doces de dormir. » A ti chova todo o ano e a mim em Abril e Maio. » Sardinha de Abril, vê-la e deixá-la ir. » Sáveis por s. Marcos (dia 25) enchem os barcos. » Em Abril queimou a velha o carro e o carril e uma camba que deixou em Maio a queimou. » Abril frio, pão e vinho. » Em Abril, águas mil coadas por um mandil [ tecido grosseiro ]. » Frio de Abril nas pedras vai ferir. » Guarda pão para Maio e lenha para Abril. » Abril chove para os homens e mai
No próximo dia 20 de Setembro, às 21h30m, na Quinta de S. Romão (em frente à Igreja da Areosa), o Rancho Folclórico de Paranhos – Porto vai realizar a sua XIV Desfolhada à moda antiga . Os objectivos principais para a realização desta iniciativa (desfolhada à moda antiga, como se fazia no trabalho agrícola de outros tempos) são: reavivar os usos e costumes dos nossos antepassados e cumprir com o propósito de manter uma tradição de âmbito cultural que só dignifica a cultura dos nossos antepassados . Da história reza que à noite, à luz das candeias, se faziam grandes desfolhadas, geralmente no alpendre da casa do lavrador, e embora possa parecer uma festa, é um trabalho duro e cansativo, tanto para os adultos, homens e mulheres, como para os jovens e as crianças que, por essas aldeias fora, que trabalham no campo, dançavam e cantavam ao som da concertina mas só se ia a convite dos lavradores. Então as pessoas partiam de casa, todos em conjunto, a cantar, chegavam à eira, senta
Desde o dia 14 de Maio e até ao final do mês de Junho, o Município da Nazaré recriou, no areal em frente ao Posto de Turismo, a arte tradicional de pesca conhecida como “ arte xávega ”. A última das campanhas da xávega registada na Capitania da Nazaré sai ao mar durante a manhã, na embarcação típica desta arte, para lançar as redes que, à tarde, são “ aladas ” (puxadas) a partir de terra, por homens, mulheres e crianças. Este é o momento mais visível e mais emblemático da recriação, também participado por muitos turistas. O peixe capturado é, posteriormente, vendido numa improvisada lota de praia, reconstituindo também os antigos processos de venda, nomeadamente o “ chui ” – o sinal de compra do pescado. A arte xávega é um dos mais antigos e característicos processos de pesca artesanal da Nazaré. Embarcações tradicionais portuguesas e a arte da construção naval Foi introduzida em meados do século XVIII pelos pescadores vindos de Ílhavo e da Costa de Lavos, que se fixaram na no
Alguns dos últimos conteúdos disponibilizados no Portal do Folclore Português foram sobre o Artesanato do distrito de Vila Real : Tecelagem “ O Bragal ” – tecido de puro linho , nasce de um ciclo trabalhoso, a que ainda é possível assistir em alguns pontos do distrito de Vila Real. Entre Abril e Maio, a semente – a linhaça – é lançada à terra, cuja preparação para a receber exige inúmeros cuidados – vessada . São necessárias as regas certas e muito saber, não vá o tempo pregar alguma. (...) Olaria Olaria diz-se da arte de oleiro que é relativa a “panelas”, de barro. Para o povo transmontano, a Olaria passa, não só, pela componente decorativa, como também se afirma como utilitária, exprimindo-se em formas simples e funcionais. Faça-se especial destaque para a “ louça preta de Bisalhães ”, pertencente ao concelho de Vila Real, datando as primeiras peças de 1722. (...) Cestaria O cesteiro e o cesto são figuras habituais em qualquer contexto rural. Em tempos em que os ma
Desembarque de sargaço No cais de Caminha (Cliché Benoliel) "Ilustração Portuguesa", nº365 - 1913 Resultado de uma vivência diária atenta aos sinais da natureza e transmitida, oralmente, de geração em geração, a sabedoria popular surpreende-nos e encanta-nos em qualquer momento da nossa vida. Os provérbios, adágios, rifões, ditados populares e anexins , são bem uma prova disso. Hoje deixamos este post com alguns provérbios ou ditados populares sobre o mês de Março : »» Março, marçagão, manhã de Inverno, tarde de Verão. »» Vinho de Março, nem vai ao cabaço. »» Covas em Março e arrendas pelo S. João; todos o sabem, mas poucos as dão. »» Em Março, tanto durmo como faço. »» Março ventoso, Abril chuvoso, de bom comeal farão desastroso. »» Entre Março e Abril, há-de o cuco vir. »» Nasce a erva em Março, ainda que lhe deem com um maço. »» Água de Março é pior que nódoa no pano. »» Quem não poda até Março, vindima no regaço. »» Em Março, chove cada dia u