Ciclo Natalício
O ciclo natalício
«Em todas as religiões é fácil encontrar vestígios dos velhos cultos astrais, adaptados a outras intenções, certo, mas cujo disfarce a hierologia, não raro, explica e desvenda.
A adoração dos corpos celestes foi universal: originou crenças, formulou ideias e estabeleceu práticas tão fortemente enraizadas depois que, ao diante, penetraram nas várias doutrinas religiosas, ou aceites como necessárias, ou á força, como irresistíveis.
Compreende-se o domínio da astrologia nas mitologias de que quase todos os povos, pensando, que à anuviada imaginação primitiva, os fenómenos celestes cumpriam-se ou surgiam como manifestações de um poder misterioso e oculto.
Lento e lento a curiosidade apreensiva e tímida foi verificando a concordância de certos movimentos planetários com épocas várias do tempo sob cuja influência se praticavam as sementeiras ou realizavam as colheitas.
Os meses e as estações, relacionados com a marcha e aspectos dos dois astros mais observados, acusavam, com máxima acentuação, a força ignorada e dominadora.
E com o tempo, na obscura mentalidade primitiva, os acontecimentos siderais - receosa e ingénua que nos vem denunciando, através da história e das religiões, prognósticos, presságios e outros despojos legados pelos antigos cultos...»